Atótó ! Omolú Olúké a jí béèrú sápadà !
Salve o rei dos espiritos sobre a terra ! O Filho do senhor é quem grita e nós reverenciamos com respeito
Omolu é um EBORA primordial e assim associado à criação e considerado como o grande regente do planeta. A terra, no sentido mais amplo da palavra, é sua matéria de origem, sobre a qual detém o poder e domínio absolutos.A terra é uma unidade cósmica, viva e ativa. Ela é o fundamento de todas as manifestações. Tudo o que compõe a terra, ou seja, sua extensão, a variedade de seu relevo e da vegetação que nela cresce, enfim, tudo o que está sobre a terra está em conjunto e constitui uma grande unidade.A terra encontra-se no começo e no fim de toda a vida. Toda a forma nasce dela, viva, e retorna para ela no momento em que a parte de vida que lhe tinha sido concedida se esgotou. OBALUWAYE está relacionado à terra e à tudo o que dela advém, ao retorno, ao pó, à transformação, à regeneração, ao renascimento, pois é sabido que "tudo o que sai da terra é dotado de vida e tudo o que volta para a terra é de novo provido de vida".TB é um vodun Gêge conhecido por Sapatá, sendo também cultuado por outras nações. Poderoso orixá, filho de Nanan Buruku (Anabioko) e Orixalá (Oulissassa).Esse orixá, senhor das doenças e da morte, é representado pelas três cores primitivas do universo (de onde todas se formaram), que são o vermelho, o preto e o branco. Isso quer dizer que ele detém os três tipos de sangue, ou axés, que existem na natureza.Obaluayê está ligado ao elemento terra, sendo detentor de seus segredos. Tem, também, ligação com as árvores e com os espíritos que as habitam.Ele é extremamente temido e respeitado, mas, ao mesmo tempo, é indispensável, com uma atuação muito grande dentro dos rituais do Candomblé. Todos o temem, por enviar as doenças, muitas vezes, como castigo ou como desígnios divinos para uma renovação da vida. Da mesma forma que ele traz as enfermidades (como lepra, peste, eczemas, varíola, malária, etc., que provocam alteração na temperatura corporal), traz também a cura para elas.Segundo as antigas lendas, Obaluayê nasceu com o corpo todo coberto por chagas, que ficavam escondidas sob suas vestes de palha. Foi através da sua própria força interior que ele conseguiu curar-se e também desvendar os segredos das doenças que atingem os seres criados. Assim como Ossain, que usa as folhas para curar, Obaluayê usa seu xaxará para limpar a Terra de todas as doenças e pragas.
Esse orixá também tem um papel fundamental nos ebós realizados pelo Candomblé, que são rituais especificamente utilizados para afastar espíritos obsessores ou influências maléficas. É Omulu quem vai fazer afastar essa negatividade e trazer energia positiva para essa pessoa. Depois do ebó, ou limpeza, é imprescindível que se faça uma oferenda para esse orixá. Obaluayê tem um grande poder sobre os eguns (espíritos desencarnados) e ancestrais, controlando-os com seu xaxará. Ele é um ser tão misterioso quanto a própria morte, com a qual tem uma íntima ligação. Conhece todos os seus segredos, sendo muitas vezes confundido com Ikú, o senhor da morte. Omulu é quem faz a limpeza do corpo logo após a morte, permitindo, assim, que as pessoas falecidas se desprendam desse plano de existência. Por esse motivo, é denominado "o senhor das coisas pútridas".Na África, ele é venerado e temido por seus desígnios, sendo considerado uma figura repressora e perigosa, que pode trazer facilmente a morte, mas, por outro lado, é o grande redentor de todas as mazelas que atingem os seres humanos. Ele é cultuado e adorado com todo o respeito, evitando-se, inclusive, pronunciar seu nome sem um motivo real.As vestes desse vodun são muito especiais e de extrema importância para o seu culto. Suas sacerdotisas ou noviços vestem-se com palhas da costa, não deixando transparecer nenhum detalhe de seu corpo. São figuras misteriosas e austeras, que escondem os segredos da reciclagem da vida. Seu principal símbolo é o xaxará, feito com a palha extraída da folha da palmeira nova; o lagidigbá, feito com o fruto da palmeira ou de chifre de búfalo; e o brajá, cordão confeccionado inteiramente com búzios. Além disso, ele também usa um longo cajado, onde se prendem as três cabaças que contêm os segredos da criação. Esse cajado é muito importante para os feiticeiros dahomeanos. No mês de agosto, nas tradicionais casas de Candomblé do Brasil, são realizadas cerimônias em sua homenagem. Nesse mesmo período, também são reverenciados Nanan e Obessen.Os desígnios de Obaluayê nos faz refletir sobre o valor da vida humana e o quanto ela é frágil. Infelizmente, o ser humano só dá valor ao que tem quando está perdendo, como a saúde, por exemplo.
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OMOLU
São pessoas que ocultam sua individualidade sob uma máscara de austeridade.Têm muita dificuldade em se relacionar, pois são muito fechados e de pouca conversa.Geralmente apaixonam-se por pessoas totalmente diferentes de si próprias, isto é, por figuras extrovertidas e sensuais. Gostam de ver o ser amado brilhar, embora o invejem.Os filhos de Obaluayê são irônicos, secos e diretos. Não são pessoas de levar desaforos para casa e nem de falar pelas costas.Odeiam fofocas e vulgaridades do gênero.A solidão é muito peculiar a essas pessoas, devido à sua própria personalidade.Não se sentem satisfeitos quando a vida corre normalmente, precisam mostrar seu sofrimento, exagerando, muitas vezes, nesse tipo de comportamento.São pessoas firmes e decididas, que lutam para conseguir seus objetivos.Geralmente, não sentem medo da morte, pois, no fundo de seu ser, compreendem que ela é apenas uma renovação.Os descendentes desse orixá são muito independentes e têm a necessidade de crescer com suas próprias forças e recursos.Apresentam pouco brilho em seu rosto e um semblante sério, com raros momentos de descontração. Parece que eles carregam, sobre os ombros, todo o sofrimento do mundo. Adoram fazer caridade e aliviar o sofrimento das pessoas.Os filhos de Obaluayê têm muita afinidade com profissões ligadas à área médica.Muitas dessas pessoas, devido à influência do seu orixá, que comanda os eguns, podem ter experiências sobrenaturais, como visões, sonhos, etc.Uma característica negativa, que pode aparecer nos filhos de Obaluayê, é o masoquismo.
Ora Yeyé ó fí dé rí omon Òsun
Mãe cuidadosa, aquela que usa coroa e protege os seus filhos
Orixá cultuado na região de Ijexá, Nigéria, onde existe um rio com seu nome.Oxun domina as águas doces dos rios, lagos, córregos e cachoeiras, tendo algumas qualidades que também habitam a água salgada. É considerada a mãe dos peixes. É responsável pela irrigação e fecundação da terra, possibilitando o surgimento de uma nova vida. Ela é freqüentemente evocada para propiciar uma boa colheita. Olorun deu a ela o poder sobre a gestação e a fertilidade dos seres humanos, sendo muito ligada ao instinto maternal. Oxun protege o ser criado no momento da concepção e período intra-uterino. Olorun deu a ela o poder sobre a gestação e a fertilidade dos seres humanos, sendo muito ligada ao instinto maternal. Oxun protege o ser criado no momento da concepção e período intra-uterino. Está presente na hora do nascimento e pós-parto, tornando-se responsável pela criança o tempo necessário para que esta possa caminhar sozinha. Esse orixá também cuida de todo o órgão reprodutor feminino, bem como do ejé (sangue) que as mulheres liberam no período menstrual. Muitas oferendas são realizadas em sua homenagem, com o intuito de possuir o sagrado dom da maternidade, ou para pedir a cura de alguns dos males ginecológicos. O poder de gestação, que só as mulheres têm, é muito valorizado na mitologia africana e, por esse motivo, elas são consideradas seres mais completos. Oxalá reconhece e saúda essa dádiva feminina. Esse poder gerador permite que as mulheres sejam muito melhor feiticeiras do que os homens. Além disso, elas possuem um sexto sentido muito desenvolvido, que é a intuição.O principal emblema de Oxun é o abebe, no qual está representada a cabaça ventre. Nessa cabaça estão guardados todos os mistérios da procriação.A fertilidade, não diz respeito somente à reprodução das espécies. Num sentido mais amplo, a fertilidade irá atuar no campo das idéias, despertando a criatividade do ser humano, que possibilitará o seu desenvolvimento.Oxun está ligada à riqueza, tendo no ouro seu principal metal, que é, também, sua cor predominante. Além disso, a beleza e a graciosidade são seus predicados mais apreciados.É considerada a maior feiticeira do panteão dos orixás, sendo, muitas vezes, confundida com a própria Iya-mi Oxorongá. Tudo que sai da boca dos filhos da Oxun deve ser levado em conta, pois eles têm o poder da palavra, ensinando feitiços ou revelando presságios. Oxun esteve ligada a vários orixás, como Ogun, Xangô, Odé, Orunmilá e Exú, com quem tem uma grande afinidade.Oxum é doçura sedutora. Todos querem obter seus favores, provar do seu mel, seu encanto e para tanto lhe agradam oferecendo perfumes e belos artefatos, tudo para satisfazer sua vaidade. Na mitologia dos orixás ela se apresenta com características específicas, que a tornam bastante popular nos cultos de origem negra e também nas manifestações artísticas sobre essa religiosidade. O orixá da beleza usa toda sua astúcia e charme extraordinário para conquistar os prazeres da vida e realizar proezas diversas. Amante da fortuna, do esplendor e do poder, Oxum não mede esforços para alcançar seus objetivos, ainda que através de atos extremos contra quem está em seu caminho. Ela lança mão de seu dom sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada. Seu maior desejo, no entanto é ser amada o que a faz correr grandes riscos, assumindo tarefas difíceis pelo bem da coletividade. Em suas aventuras, este orixá é tanto a brava guerreira, pronta para qualquer confronto, como a frágil e sensual ninfa amorosa. Determinação, malícia para ludibriar os inimigos, ternura para com seus queridos, Oxum é, sobretudo a deusa do amor. Também deusa da fertilidade, na Nigéria é dela o rio que leva o seu nome e no Brasil dela são as águas doces dos lagos fontes e rios. Água que mata a sede dos humanos e da terra, que assim se torna fecunda e fornece os alimentos essenciais à vida dos homens e mulheres tão amados pela mamãe Oxum.
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OSUN
Este orixá encarna a identidade feminina, vivendo intensamente os papéis de filha, amante e mãe. De menina dengosa, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Oxum é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita ser relegada a segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da vida. Com seus atributos, ela dribla os obstáculos para satisfazer seus desejos. O orixá amante ataca as concorrentes, para que não roubem sua cena, pois ela deve ser a única capaz de centralizar as atenções. Na arte da sedução não pode haver ninguém superior a Oxum. No entanto ela se entrega por completo quando perdidamente apaixonada, afinal, o romantismo é outra marca sua. Da África tribal à sociedade urbana brasileira, a musa que dança nos terreiros de espelho em punho para refletir sua beleza estonteante é tão amada quanto a divina mãe que concede a valiosa fertilidade e se doa por seus filhos. Por todos seus atributos a belíssima Oxum não poderia ser menos admirada e amada, não por acaso a cor dela é o reluzente amarelo ouro, pois como cantou Caetano Veloso, “gente é pra brilhar”, mas Oxum é o próprio brilho em orixá. Ori Ieiê Ô! O arquétipo de Oxum é o das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras. Das mulheres que são símbolos do charme e da beleza. Voluptuosas e sensuais, porém mais reservadas que Oiá. Elas evitam chocar a opinião pública, à qual dão grande importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão social. Possuem poderes de feitiçaria e muita força em suas palavras, sendo portadores de alguns presságios.O sexo é muito importante para eles, valorizando seus relacionamentos e o ser amado, desde que sejam gentis e suaves. Gostam do prazer e da inconseqüência, mas devem tomar muito cuidado com doenças sexualmente transmissíveis.